Menino de 10 anos corta o pescoço com ‘linha chilena’ de pipa no Rio

Mateus, de 10 anos, conta que pensou que morreria| Foto: Paulo Alvadia / O Dia

Moda entre os pipeiros, a linha ‘chilena’, feita com alumínio e quartzo e com poder de corte quatro vezes maior do que a linha comum com cerol, está tornando ainda mais perigosa prática que deveria ser apenas uma brincadeira. Como a coluna ‘Informe do DIA’ noticiou ontem, um menino de 10 anos andava de bicicleta ao lado da estação de metrô do Estácio, domingo, quando sofreu corte no pescoço e por pouco não morreu. Moradores e motociclistas que passam por ali se sentem inseguros.

“Estava brincando quando senti a dor no pescoço. Vi o sangue e me desesperei. Achei que ia morrer”, lembra o pequeno Mateus Pereira Santos. O menino levou oito pontos e perdeu mais de um litro de sangue. Seu pai o levou para o Hospital Souza Aguiar e iniciou campanha contra linhas cortantes no Estácio, onde mora.

Ana Cristina Pereira, 38 anos, mãe do menino, acredita que o acidente poderia ser evitado. “Se houvesse fiscalização, ninguém ficaria na praça com essas linhas. Eu poderia ser mais uma mãe sem filho na Páscoa”, disse, Cristina, no quinto mês de gravidez.

Quem solta pipa sabe os riscos. “Sei que é perigoso. A gente até tenta minimizar”, afirmou um servidor público que não quis se identificar. Ele usava a linha chilena ontem no Estácio, a qual prefere no lugar da com cerol: “A chilena corta mais. Não tem como usá-la sem proteção nos dedos, por exemplo. É feita com mistura de óxido de alumínio e algodão, não de vidro como o cerol. Para comprar, tem que ter contato com alguém que a produza clandestinamente em uma fábrica própria ou trazer de fora. Ela é mais cara que a normal, custa mais que o dobro”, explicou.

Motoqueiros: morte em um a cada 4 casos

Os motociclistas são vítimas frequentes das linhas de pipas. Segundo a Associação Brasileira dos Motociclistas, 25% dos acidentes envolvendo condutores e linhas com cerol são fatais no Brasil.

Há cerca de oito meses, o professor de educação física Bernardo Alpande, 27, teve o pescoço cortado quando passava de moto perto do Estácio. “O corte só não foi profundo porque, no reflexo, consegui colocar o dedo entre a linha e o pescoço. Hoje evito passar pelo local de moto no fim de semana”, conta ele, que levou cinco pontos no pescoço e sete no dedo.

Quinta-feira, projeto de lei da vereadora Vera Lins (PP), que proíbe a comercialização em todo o município da linha chilena, passará pela última discussão. Na primeira, foi aprovado por unanimidade.

Fonte: O Dia

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