Pai de gêmeos, um negro e outro branco, diverte-se com histórias curiosas dos filhos

 O pai Luis com os filhos Nícolas e David Foto: Nina Lima / Extra

Finalmente eles foram reconhecidos no futebol. Enquanto um é zagueiro, tem cabelos crespos e adora doce, o outro é atacante, tem fios louros e prefere salgado. Com as diferenças, ficava difícil perceber que David Evangelista de Oliveira, o branco, e Nícolas, o negro, são irmãos gêmeos.

— Os pais dos coleguinhas do futebol achavam que só um era meu filho e que o outro era um amiguinho dele. E olha que os dois já treinam há um ano e meio. Mas só agora descobriram que são irmãos gêmeos — conta o montador de peças de laboratório Luis Carlos de Oliveira Silva, de 42 anos, pai das crianças.

Fama no bairro

Morador de Campo Grande, Luis tomou um susto quando soube da dupla gravidez da mulher, Audicelia Evangelista, de 45 anos. E outro após o nascimento dos filhos, um negro, como o pai, e outro branco, como a mãe.

— Na época, os colegas brincavam: "ah, esse aí não é seu filho, não!". Uma vez entrei numa maternidade e o David me chamou de pai. O segurança cochichou: "não é filho dele." Mas eu penso: os dois puxaram ao pai e à mãe — afirma Luis.
Na porta do quarto, a frase “gêmeos em ação” Foto: Nina Lima / Extra

Famosos no sub-bairro Santa Rosa, Nícolas e David, aos 9 anos, já começam a colher os frutos da fama que os levou a um programa de TV ainda recém-nascidos. Outro dia mesmo foram seguidos por duas meninas que descobriram onde moravam.

— Cheguei do trabalho umas 19h30m e peguei o Nícolas passando gel no cabelo e o Davi se arrumando. Logo em seguida, duas meninas gritaram o nome deles aqui no portão. Elas estavam tomando coragem para chamá-los para sair — explica o pai, que se diverte ao saber que os filhos já estão se interessando pelas meninas.
Os gêmeos Foto: Acervo pessoal / Divulgação

Estimativa: menos de 1% de chance de incidência

O nascimento de irmãos gêmeos, um negro e outro branco, ainda surpreende. Em 2006, por exemplo, o EXTRA mostrou o caso dos irmãos Pedro e Nathan Henrique Rodrigues, que intrigou Costa Barros.
Um ano depois, o cabeleireiro Carlos Henrique Fonseca, o pai, na época com 26 anos, contou que muitas pessoas ainda estranhavam quando viam Pedro, negro como ele, ao lado de Nathan, branco como mãe, a então frentista Valéria Gomes, de 22 anos.
Diferentes, mas torcem pelo mesmo time Foto: Nina Lima / Extra

Miscigenação

A cegonha também foi generosa, em Botafogo, onde vivem as gêmeas Beatriz e Maria Gaia Gerstner, hoje com 8 anos. Uma é morena como a mãe e a outra é branca como o pai, um alemão.

— Quando estou com a branca não acham que é minha filha. E quando o pai está com a morena é a mesma coisa — conta a mãe, Janaína Gaia, de 35 anos, hoje separada do pai delas.

A diretora do Centro Vida — Reprodução Humana Assistida, na Barra, na Zona Oeste, Maria Cecília Erthal, estima que há menos de 1% de chance do nascimento de gêmeos diferentes.

— É a miscigenação que faz com que os genes de pais negros e brancos se encontrem — explica.

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